21/06/2018

Seminário trata do futuro da advocacia diante da evolução tecnológica

O Instituto dos Advogados do Paraná (IAP) apoiou o seminário “Admirável Mundo Jurídico Novo”, realizado na noite desta quarta-feira (20/6) no Salão Nobre da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O evento foi organizado pela professora, advogada e conselheira do IAP, Marília Pedro Xavier, e tratou dos desafios da advocacia diante da evolução tecnológica.

Marilia falou sobre a Clínica Jurídica Advocacia Disruptiva, pertencente ao Núcleo de Prática Jurídica da UFPR. “É fundamental buscar as competências do advogado 4.0”, disse, destacando a importância de um comportamento condizente com o ambiente disruptivo, o que inclui a habilidade de lidar com dados e estatísticas, o espírito colaborativo e a boa capacidade de comunicação. Mencionando o escritor Alvin Toffler, que faleceu em 2016 e é conhecido pelas análises futuristas, a advogada destacou que “os analfabetos deste século são aqueles incapazes de aprender, desaprender e reaprender.”

Thomas Friedmann e Eric Teller foram citados pelo advogado Marcio Dumas para fazer com que os presentes refletissem sobre o descompasso entre a capacidade de aprendizado, ampliada aritmeticamente, e a tecnologia, que evolui exponencialmente. “Que fazer diante disse? O caminho é garantir que sigamos com ética, o que inclui respeito, igualdade, valores e direitos”, sugeriu. Para ele, a nova ordem não pode deixar para trás o que a humanidade construiu até aqui.

A integrante da Comissão de Inovação e Gestão da OAB Paraná e co-fundadora do capítulo curitibano do Legal Hackers, Gisele Ueno, falou sobre a migração que fez do Direito empresarial para o campo da inovação. Gisele também falou sobre as iniciativas digitais envolvendo a advocacia no Brasil e no mundo.

Rodrigo Marques, também integrante do Legal Hackers, incentivou os jovens advogados a enxergar oportunidades em casa mudança trazida pela tecnologia ao Direito. Alguns exemplos citados por ele para ressaltar as lacunas em aberto no campo da inovação foram os crimes praticados em ambientes de realidade aumentada e os debates sobre a personalidade jurídica dos robôs. “Elas representam oportunidades. Para aproveitá-las é fundamental compreender os novos modelos de negócio, centrados na ideia de desmaterialização, de que mais que ter é importante usar os bens hoje disponíveis”, recomendou.

A advogada Giovana Grupenmacher foi responsável pela última palestra do seminário, na qual apontou os cryptoativos como um novo desafio para os operadores do Direito. “É um negócio que movimenta bilhões e que vem crescendo desde o advento do bitcoin, em 2008. O bitcoin ganhou força justamente porque naquele ano o cenário internacional de caracterizou pela desconfiança no mercado tradicional”, lembrou ela. Giovana destacou que há diferenças quanto à visão desses ativos por parte dos atores econômicos, mas convidou a todos a estudar mais sobre o assunto.

Compartilhe:

VOLTAR

RELACIONAMENTO

Fique por dentro do que acontece no Instituto!