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12/11/2019

Inovação no Direito – Como as novas tecnologias estão impactando a vida dos advogados

O IAP – Instituto dos Advogados do Paraná – reuniu profissionais do Direito para debater sobre as inovações que estão transformando a forma de operar a legislação brasileira.

A primeira reflexão foi feita pelo economista da XP Investimentos, Felipe Dexheimer, que falou da velocidade das mudanças e da necessidade de entender esse movimento. O economista reforçou a ideia de que as máquinas não caminham para a substituição dos advogados, uma vez que um computador apenas obedece a ordens, não são estratégicos.

O economista citou Pablo Picasso para sensibilizar a plateia sobre a importância do raciocínio por trás da máquina: “Computadores são inúteis. Eles só podem dar respostas.”

Outra discussão encerrou a manhã de evento, o Des. Marcelo Gobbo Dalla Déa, o Procurador Federal da AGU, Dr. Mauro Lúcio Nogueira e a especialista em inovação na advocacia, Dra. Gisele Ueno, debateram como as inovações estão tomando conta do universo jurídico.

O Desembargador falou da implantação do PROJUDI no TJPR, ele lembrou a necessidade de interação e apropriação das novas tecnologias como aliadas à operação do Direito. “O mundo está mudando e precisamos nos adaptar. A revolução motivada pela TI – Tecnologia da Informação – é comparada às transformações trazidas pela escrita, a diferença é o acesso, que hoje é muito maior,” conclui Dalla Déa.

Dra. Gisele Ueno, Des. Marcelo Gobbo Dalla Déa e o Procurador Federal da AGU, Dr. Mauro Lúcio Nogueira

 

O Procurador da AGU falou da implantação da Inteligência Artificial no órgão, no projeto Sapiens. Ele falou dos desafios do uso da tecnologia e sobre o quanto o aparelho tecnológico foi disruptivo para o sistema.

A Dra. Gisele falou da aplicabilidade das tecnologias em todas as esferas do Direito. Ela lembrou que não haverá exatamente uma substituição, “as tecnologias chegam para mudar o mindset dos advogados, não seremos substituídos, apenas precisamos saber como usar as tecnologias ao nosso favor,” complementa.

A especialista destacou a importância da leitura dos dados que são disponibilizados pelas novas ferramentas. “O Brasil tem muitas informações jurídicas, o Estado do Paraná tem seu sistema 100% digital, precisamos usar esse avanço a nosso favor”, conclui Ueno.

Na segunda parte do evento, no período da noite, o Dr. Rafael Pontes Miranda, veio do Recife para falar sobre inteligência artificial. Ele trouxe fatos concretos para discussão, lembrou que é preciso ter os pés no chão para essa discussão, “não adianta discutirmos as decisões de um carro autônomo sobre atropelar um idoso ou uma criança, isso não levará a nada, há pontos mais concretos a serem explorados. A negociação online entre o cliente e um chatbot, tem validade jurídica? Essa sim é uma discussão real sobre a interferência da inteligência artificial,” ressalta.

Dr. Rafael Pontes Miranda

E como ficam as relações de trabalho com a chegada com as novas plataformas de contratação? O Dr. André Zipperer falou sobre a necessidade de entender essa nova realidade “barrar a tecnologia é como entrar embaixo de uma cachoeira para impedir que a água caia no chão”, com essa analogia o especialista lembrou que é impossível lutar contra essa revolução, é preciso entender como administrá-la.

Dr. André Zipperer

Zipperer explicou que as novas plataformas de contratação são formas de coordenar o trabalho, diferente de todas as relações estabelecidas até agora, “é preciso pensar como adaptar as relações de trabalho para essa nova realidade, é um caminho sem volta”, conclui.

O Dr. Fábio Artigas Grillo falou sobre o impacto das novas tecnologias na tributação brasileira. Segundo o especialista o sistema tributário brasileiro terá que se adaptar às novas realidades. “Ainda não se sabe como tributar o serviço de certos softwares, é preciso dimensionar essas questões” ressaltou Grillo.

Dra. Ana Paula Ulandowski Holtz

Para fechar a noite, a Dra. Ana Paula Ulandowski Holtz, que além do direito é uma estudiosa do Design, lembrou um ponto fundamental nesta discussão: as pessoas. Holtz falou da importância de se pensar as tecnologias como meios que unem, ajudam, colaboram com pessoas, que precisa continuar no centro dessa discussão. A especialista trouxe uma nova visão com relação ao uso de novas linguagens para o direito. Ela propõe a inserção de novas ferramentas de comunicação, como vídeos, infográficos e design pensados para os processos judiciais.

 

 

 

Dr. André Zipperer, Dra. Ângela Glomb, Dr. Rafael Pontes de Miranda e Dr. Tarcísio Kroetz

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